Entre 220 candidatas, Marulho, fabricante de produtos sustentáveis a partir de redes de pesca descartadas, foi uma das 11 selecionadas para o Women in Ocean Food Innovation Studio
São Paulo, janeiro de 2025 - As mulheres empreendedoras enfrentam barreiras significativas quando se trata de acesso a financiamento. Um estudo da Harvard Business Review revela que menos de 3% das empresas lideradas por mulheres recebem investimentos de capital de risco ao nível global. Na América Latina, a desigualdade é ainda mais acentuada, com apenas 0,2% dos recursos disponíveis sendo direcionados a organizações femininas. Nesse contexto, surge o Women in Ocean Food Innovation Studio, programa mundial desenvolvido pela Hatch Blue e Conservation International Ventures, com uma edição específica voltada a apoiar mulheres latino-americanas na transformação da economia azul na região.
A iniciativa, que selecionou 11 empresas entre 220 inscritas, tem o objetivo de impulsionar negócios inovadores no setor de aquicultura e promover a inclusão no segmento. A Marulho, empresa socioambiental que transforma redes de pesca descartadas em produtos sustentáveis, como bolsas e outros itens artesanais, promovendo a conservação dos oceanos e gerando renda para comunidades pesqueiras locais, foi uma das selecionadas. "Participar deste programa foi uma oportunidade única de fortalecer a nossa missão, conectar-se com líderes do setor e aumentar a visibilidade do nosso trabalho, que visa promover a sustentabilidade e gerar impacto social”, afirmou Beatriz Mattiuzzo, fundadora da Marulho.
Durante as duas semanas de mentoria intensiva do Women in Ocean Food Innovation Studio, as participantes tiveram a oportunidade de interagir com mentores renomados, acessar uma rede de investidores e aprimorar estratégias para expandir os negócios. Além da Marulho, apenas mais uma empresa brasileira se classificou: a Aqua Viridi, corporação focada em soluções voltadas à preservação de ecossistemas aquáticos globais.
Ao final do programa, as escolhidas apresentaram projetos a investidores e líderes do setor, incluindo Christy Walton, companhia bilionária e filantropa, conhecida pelos investimentos em iniciativas de combate à degradação do meio ambiente. "O projeto tem se consolidado como uma plataforma estratégica para promover a inclusão de mulheres no setor, algo fundamental para transformar a economia azul na América Latina. Com o apoio recebido durante o programa, vamos nos preparar para ampliar operações e buscar novos investimentos que viabilizem o nosso crescimento", reforça Mattiuzzo.
O Women in Ocean Food Innovation Studio realiza anualmente a seleção de empresas para participar da iniciativa, com inscrições abertas em novembro. No caso das empreendedoras da economia azul, demonstra grande potencial para impulsionar negócios e alcançar novos patamares de desenvolvimento econômico no ecossistema sustentável.