Todos os dias, cerca de 69 mil animais marinhos ficam presos em redes de pesca descartadas incorretamente, segundo levantamento da ONG Proteção Animal Mundial.
“As redes continuam fazendo o que foram feitas para fazer: capturar os animais, que se prendem e acabam morrendo”, afirma a oceanógrafa paulista Beatriz Mattiuzzo, 30. “É a chamada pesca fantasma, porque as redes somem e é difícil fazer o monitoramento.”
Em 2019, pensando em contornar o problema, Beatriz fundou a Marulho, empresa de Angra dos Reis (RJ) que busca dar nova utilidade às redes de pesca que seriam descartadas, transformando-as em produtos feitos artesanalmente pelas próprias comunidades caiçaras. “Somos uma empresa do setor dois e meio”, diz Beatriz. “É um negócio, mas é muito voltado para o impacto social e ambiental.”
No portfólio, estão desde sacolas até esfregões, ecobags e necessaires — todos feitos totalmente ou parcialmente do nylon aproveitado das redes, e cocriados com as redeiras e costureiras da comunidade local que trabalham na empresa ou baseados em demandas das redes sociais.
“Dá para fazer muita coisa. O que falta é design e outros insumos para trabalhar. Porque o é material muito resistente e feito para durar”
Tudo é vendido online e entregue para todo o Brasil — logística permitida graças ao Marulhão, um bote de fibra de 7,5 metros adquirido pela equipe com ajuda de apoios e patrocínios, no qual uma vez por semana a equipe viaja até o continente para despachar os pedidos. Os preços variam de 9 a 300 reais. Além do e-commerce, a Marulho também cria produtos específicos: em um evento do mundial de surfe, por exemplo, entregou cadeiras de praia personalizadas.
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